8 de abril de 2012

silêncio, por favor

Papai, debruçado sobre si mesmo no sofá, interessadíssimo, lia Meditações. Eu andava de um lado para o outro, atrás de qualquer coisa que me desse qualquer coisa para pensar em qualquer coisa. Papai não se mexia. A gata, para minha decepção, dormia, não estava afim de carinhos ou conversas com sua velha dona. Deu vontade de chorar. Olhei pela janela e vi o quintal, meus olhos marejaram. Nunca mais encontrarei paz alguma, pensei, se nem aqui, no silêncio dominical da casa onde nasci, a encontro. É a maturidade, resolvi.

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