1 de fevereiro de 2010
ausência
Tão poucas notícias ele tem de mim, pelo menos por minha parte. Não que eu não adoraria informá-lo dos detalhes mais ínfimos, como quando ele às vezes pergunta e eu respondo seca e vagamente, mas ele pergunta pouco e eu respondo pouco e fica a dúvida... ou não, talvez nem haja dúvida. Ele sabe que eu quero partir e ri, ri quando eu falo nisso e me deseja sorte. Agora é quase um fato que vou mesmo e ele some, talvez nem saiba, talvez ainda ache que isso é um plano, ou não ache nada, ou ache e nem pense nisso, ou por acaso quando pensa em mim, ache. No fundo, tanto faz. Talvez espere que no último momento eu resolva ficar, e se eu resolvesse não o avisaria, mas ele notaria e ficaria triunfante, ou talvez debochasse da minha falta de coragem em ir, ou talvez não dissesse nada, como agora não diz, nem nunca foi de dizer. Mas a ausência diz por ele. A ausência diz tudo, a ausência escreveu sozinha esse texto e muitos outros. Quando ele fala, diz muito, muito menos do que agora... em silêncio!
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