Estou irritadiça, sem sono. Sinto o coração disparado e tenho fome, mas não vou comer. Reparem que ando em briga com meus desejos simplórios de novo. Tenho fome e não vou comer, tenho o coração disparado e não vou... Nem pense nisso!
Por que estão todos comemorando? Estão felizes pelo meu luxo da indecisão? Posso escolher, isso é bom? Eu mesma não busquei isso? Pois estão aí as tais das possibilidades.
-O que você vai fazer? - perguntou a avó no telefone, quando liguei para convidá-la para almoçar em casa amanhã.
-Camarão.
-Não, digo, pra onde você vai por fim?
Não vou culpá-la. Estão todos na expectativa. Me larguem, pelamor!, quero dizer. Mas não! Pelo contrário! Acho que queria mesmo é dizer: Não me larguem assim! Me digam o que fazer! Não me deixem escolher, por favor, estou enlouquecendo! Mãe? Pai? Eu é que lhes pergunto para onde vou, para onde vocês vão me mandar esse ano??
Não ouso pedir nada, na verdade. Mas fica implícito na minha angústia frente às comemorações e no meu "sei lá" diante das perguntas quanto ao futuro.
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