11 de janeiro de 2010

o tudo e o nada

Abri essa janela sem saber exatamente o que escrever, os pensamentos andam todos acumulados, desordenados, deve ser excesso de Cortázar na minha cabeça, ou excesso de outras substâncias quase tão tóxicas quando esse autor argentino, ou uma frustração pela constatação do meu fracasso intelectual nessa maratona de provas da unicamp onde tenho encontrado pessoas com quem estava me desencontrando nos últimos três anos, mas talvez não seja nada e por isso eu esteja assim tão confusa com tudo, porque quando a gente tem alguma coisa na cabeça, não pensa no tudo, agora, quando não se tem nada, o tudo aparece assombrosamente à nossa frente e ele é todo vazio, o que dá a impressão de que simplesmente não existe nada em lugar nenhum.

Estava pensando em escrever sobre um passeio elegante de braços dados com G.H., ou sobre uma salada de frutas na companhia de uma senhora que tem uma foto com Fidel, Mandela e outros dos meus ídolos, ou sobre a tarde de passei com L. no colo, enquanto ela comia maçãs que eu cortara e depositara num pratinho vermelho e assistia Vila Sésamo. Mas tudo isso me parece nada, como já disse, nadinha.

Vou passar os dias que se seguirão ao lado de L.D., no meio do nada, em busca de alguma coisa entre o violão, a canga e a grama, entre os livros que já lemos e as situações excepcionais que vamos relembrar... E então quem sabe ali, no meio do nada, diante de tudo, algo tenha sentido e eu possa finalmente me concentrar em planejar a minha vida para que ela seja algo além disso que ela parece que é, cuja definição vou omitir para não cometer uma redundância.

Nenhum comentário:

Postar um comentário