8 de janeiro de 2010
joão-bobo
Sentei no hall de entrada do prédio, aguardando a abertura da comedoria, a chegada de L.D., o sorvete de iogurte, o vestibular de domingo, o resultado do vestibular, a viagem ao Peru, a formatura e etc. Sob forte estado de sonolência, sentei-me e fiquei a espera de todas essas coisas que citei, a espera de que qualquer força externa agisse sobre mim e interrompesse minha inércia. Mas parecia às vezes que nada era capaz de me tirar realmente da minha contância, embora forças externas agissem por todos os lados. Eu devia ser algo como um joão-bobo, que se inclina pra todos os lados mas se mantem no mesmo lugar... Seria eu um joão-bobo? Serei eu um mamífero silvestre? E eu me inclinava mesmo: estava esperando L.D. (aliás, L.D. faz parte da minha constância, como se fosse um pedaço meu) para resolvermos assuntos de primeira ordem. Bem sabia eu que faríamos planos, objeções, elaboraríamos utopias, criaríamos expectativas... mas logo voltaríamos para nossas respectivas casas, jantaríamos e iríamos dormir pensando no prato do jantar. Não, minto. L.D. sim, já eu provavelmente, antes de dormir, pensaria que seria preciso esperar a ação de mais e mais fortes forças externas para dar cabo às minhas idéias e acabaria por também pensar no que comera no jantar, mas não tão diretamente e sim com algum algum sentimento de frustração conformada.
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Bia, vim deixar mais um comentáriozinho aqui(desta vez será um comentáriozinho). Enfim, não era especificamente neste post que eu queria comentar, mas como não sei se acabarias vendo em outro vai aqui mesmo.
ResponderExcluirTenho adorado mesmo ler seus textos, você escreve muito bem - e olha que eu sou bem chato. Enfim, por que não escreves um conto também dia desses? Eu iria gostar de ler...
Vi o filme do Resnais também depois você, LD e eu podíamos conversar dele. Seria engraçado.
Enfim, continue escrevendo, um beijo
Lucas Paolo