30 de dezembro de 2009

Felicidade Conjugal - Tolstói

"Não respondi nada e fiquei fitando-o involuntariamente nos olhos. De repente, aconteceu-me algo estranho; em primeiro lugar, deixei de ver o que me cercava, depois o seu rosto desapareceu diante de mim, apenas os seus olhos, parecia, brilhavam bem em frente dos meus, em seguida tive a impessão de que esses olhos estavam dentro de mim, tudo se turvou, não vi mais nada, precisei entrecerrar os olhos para me desprender do sentimento de prazer e medo que este olhar suscitava em mim..."

(...)

"Mas, no mesmo instante, o coração de repente bateu-me mais forte, a mão tremeu e apertou a sua, fiquei com calor, os olhos procuravam na penumbra o seu olhar, e eu senti de repente que não o temia, que esse medo era amor, um amor novo, ainda mais forte e carinhoso que o anterior. Senti que lhe pertencia toda e que era feliz com o poderio dele sobre mim."

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