10 de novembro de 2009
um par de olhos
Os olhos dele perderam-se nos meus desde o primeiro olhar, os meus estavam longe, mirando bem perto um belo par de olhos azuis e vazios. Quando meus olhos vagaram, evitei o olhar dele e logo me fixei num par de olhos escuros que se pregaram nos meus, grudaram, e foi um alívio poder enxergar de novo depois. E os olhos dele, perdidos nos meus, e o meu olhar longe. E tanto eu olhei o longe, que os olhos que se perderam nos meus foram parar lá, longe, muito longe. Meus olhos gelaram de ódio, eu tentei olhar pra perto, olhei pros lados, mas minha cabeça estava longe e foi pra lá que meus olhos se voltaram e avistaram aqueles olhos tranquilos, que me olharam sempre de longe quando perto, e pareciam tão perto agora longe. Outros olhares me encantaram, meus olhos olharam de esguelha uns olhos muito verdes, e outros embriagados, acabaram até mesmo perdendo-se no silêncio de dois pares de olhos muito parecidos, mas acabaram por voltar-se sempre pros olhos que me olhavam de além do mar. Agora o par de olhos perdidos em mim voltará para perto, e os meus, o que faço com eles? Aprenderão a olhar pra perto definitivamente ou arranjarão o que ver lá longe? O que eles buscam afinal: um par de olhos profundos para si ou simplesmente o longe, cuja distância ilimitada permite uma visão inesgotável?
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Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir.Me ensina a postar escrevendo em branco xD
ResponderExcluir--------------------------------------------
Me fascina, esse seu modo de se expressar... É com certo grau de perfeição, talvez equiparável a Bach, provavelmente não... >_<
Mas sem dúvida, não atinjo esse nível de perfeição, a não ser, talvez, quando canto em meus melhores dias algumas palavras que pra mim não significam nada, mas cuja melodia exprime tão perfeitamente o que anseia minha alma.