13 de novembro de 2009

o dia em quatro cafés

-Primeiro: tomei-o ao lado de minha mãe, que tomava seu chá matinal e comentava das minhas olheiras, dizendo que eu deveria reservar um tempo maior do meu dia pro sono. Não gosto de dormir, mãe, prefiro ir a um coquitel em plena quinta-feira, chegar tarde e acordar cedo no dia seguinte para o pilates. Gostaria de não ter que dormir nesse meio tempo.

-Segundo: na cantina da federal. Sai cedo de casa para não correr o risco de me atrasar pra prova de física na primeira aula, resultado: cheguei cedo. Fiquei sozinha ali, com meu café, lendo contos da Lygia Fagundes Telles, pelos quais estou completamente apaixonada. Não encostei no livro de física. Café e chiclete de menta me deixam um gosto de cigarro na boca. É um fenômeno curioso.

-Terceiro: no café do centro cultural. Fazendo hora, esperando a carona de minha mãe, passei na biblioteca da Vergueiro, abri um livro interessante chamado "Psicologia como Ciência Social", me surpreendi dormindo sob o olhar de um desconhecido sentado em minha mesa. Encarei-o com olhos sonolentos e subi para tomar um café. Pra viagem. Observo dois senhores jogando xadrez, enquanto tomo meu café num copo de plástico. Devo ser uma figura um tanto estranha, com meu chinelo, meus cabelos bagunçados e meu café, observando em pé um jogo de xadrez.

-Quarto: na companhia de M.K. e L.S., numa dessas padarias enormes que deram pra abrir em São Paulo nos últimos anos. Depois de um sanduíche, um sorvete, muitas histórias impróprias ditas em alto e bom som e exclamações exacerbadas, um cafezinho e a conta. Bia, você toma muito café. Sem açucar ainda por cima! Quantos anos você tem mesmo?

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