8 de novembro de 2009

unesp

Depois do surto do último post, eu retomei minha tranquilidade, desci, almocei, tomei um cafezinho, separei coisas pra levar, chamei G.M. e fomos rumo à prova da UNESP, ambos tranquilos, com seus respectivos chocolates e suas respectivas ilusões. Como previa, encontrei vários conhecidos da minha época de ensino fundamental, quase todos prestando alguma engenharia. Esperei diante da sala onde vi que constava na lista pregada em frente à porta, o nome de uma pessoa que eu queria muito rever.

Esperei, até faltarem 10 minutos para as salas fecharem, quando enfim, entrei na minha sala, que era ao lado. Pouco depois vi a pessoa passando no corredor. Levantei-me, sob os olhares nervosos dos demais vestibulandos, e consegui pegá-lo ainda na frente da lista de sua sala. Abraçamo-nos fortemente, ele havia crescido mais um tanto, a voz tinha engrossado, pelo que pude ouvir nas poucas frases que trocamos, "que surpresa boa!" foi a mais agradável delas.

Mal nos desvencilhamos de um abraço e ouvimos uma senhora fiscal de cabelo chanel nos mandando entrar nas salas. Um breve olhar e viramos de costas um pro outro, rumo à prova, que eu havia abstraído por alguns minutos. Na sala, notei uma menina que fora minha vizinha em outros tempos, ela sorriu metalicamente pra mim. Ah, havia um desenho de Jesus exatamente na minha frente, ao lado do relógio, com seu olhar azul intimidador e uma boca aberta, "eu sou o caminho, a verdade é a vida". Passaram alguns minutos e eu olhei de novo e vi que na verdade estava escrito "eu sou o caminho, a verdade e a vida".

Recebi a prova. Havia uns textos interessantes na parte de Português, história estava tranquilo, geografia, absurdo como sempre, química e física bem difícil, biologia razoável... matemática chutei absolutamente todas. Sai faltando apenas meia hora, nunca ficara tanto tempo pra fazer uma prova, sai com a certeza de que não estava nada preparada pros vestibulares desse ano. G.M. e eu voltamos, ambos seus respectivos gabaritos e suas respectivas espectativas.

Disse pros meus pais que não esperassem muita coisa (eles já não esperavam mesmo), comi um pedaço de pão e fui olhar o gabarito. DEUS!!!! 67 pontos de 90!!!!! Os olhinhos azuis do papai brilharam, primeiramente desacreditados, depois um bocado orgulhosos.

O primeiro dos meus vestibulares até que não foi ruim.

Como terão ido meus saudosos conhecidos, amigos de outros tempos, como a pessoa do corredor, ou a ex-vizinha do sorriso metálico? Pergunto-me onde e quando encontrarei novamente essas pessoas, que já foram tão presentes, o rapaz em quem eu dei meu primeiro beijo, embaixo da escada do corredor da educação infantil; e a menina a quem eu contava histórias de terror debaixo de um lençol que servia de cabana, comendo pipoca vermelha. E agora, fazemos vestibular. Envelhecer é uma merda.

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