5 de fevereiro de 2010

flores

Hoje eu recebi flores. Mandaram me entregar, Z. me chamou, eu desci... E lá estava uma kombi, um cara e umas flores. Abri o portão, peguei, agradeci. Um cartão! Z. estava emocionada, ela mesma já arrumara um vaso com água para colocá-las. Li quem havia mandado, li o recado e observei Z. desmanchar o buquê e colocar as flores no vaso de vidro, e elas ficaram ali, triunfantes, na sala fria, ao centro da mesa. Eram algumas rosas muito bem arrumadas.

Fiquei a observá-las, depois de Z. terminar e voltar à cozinha. Lembrei-me da primeira vez que ganhei flores... Tinha 15 anos e fora meu segundo namorado quem as mandara. Vinte e quatro rosas vermelhas para Beatriz. Todos em casa gostaram, tiraram uma foto minha segurando o buquê. Eu, na verdade, não tinha opinião, estava de ressaca e tinha olheiras, mas agradeci sutilmente, o que o deixou bravo, já que ele sempre esperava grandes demonstrações da minha parte, sabe-se lá por que motivo, já era ele a parte dramática da relação. Minhas amigas ficaram bobas quando contei, suspiraram, deram gritinhos. A grande coincidência foi que neste mesmo dia, na escola, estudamos as angiospermas e o professor J. explicou a importância da flor para a reprodução sexuada. Engraçadinho, ainda se atreveu a fazer uma piadinha, dizendo que quando um cara dava flores para uma menina, suas intenções eram muito claras. Não precisou que ninguém falasse nada, eu mesma comentei em voz alta que no sábado havia ganho 24 rosas do meu namorado e provoquei risos de deboche.

Ah, época feliz aquela em que rosas significavam sexo... Triste é a idade em que é proibido pensar em flores depois de sexo, pois já se está indo longe demais, sexo é sexo e flores são puro lucro.

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